quinta-feira, 1 de outubro de 2015

NASCIMENTO DA HELEN BEATRIZ

Há 10 anos atrás passei por uma experiência traumática no parto do meu primeiro filho. E na segunda gravidez me vi na dúvida de qual parto haveria de escolher, e tudo se transformou em uma dúvida maior depois que me vi impossibilitada de caminhar após uma queda e quebra da minha perna, aos quatro meses de gestação.

Mas a minha dúvida se transformou em certeza quando conheci Vanessa Aveline, meu anjo da guarda, minha doula, que fez a diferença na minha vida naquele momento.

No dia 15 de abril comecei a sentir as primeiras contrações, sabia que minha princesa, que eu tanto desejava, estava chegando. A madrugada veio e meu coração apertava, se enchia de alegrias e de medo, passei muito mal, mas não liguei.

Quando as oito horas da manhã do dia 16, minha doula chegou e começamos um trabalho lindo. Fomos para o chuveiro porque as dores aumentaram, cheguei até a dormir sentindo as contrações e escutando as músicas escolhidas por mim.

Eu nem acreditava que poderia entrar em um transe com dores, e num é que a tal PARTOLÂNDIA existe?!! Por alguns instantes me via em outro lugar, um lugar mágico. Tomei água de coco e chupei muito mel.

E então aquele trauma de dez anos atrás começou a passar na minha cabeça, mas estava tão tranquila que depois só pensava na chegada da minha princesa. E as dores, devido a um trabalho de respiração, já não eram problemas.

Fiquei muito tempo em baixo do chuveiro. Quando decidi deitar um pouco, as dores ficaram intensas e decidimos ir para o hospital. O hospital escolhido era um em que quase todos os nascimentos eram por cesarianas, mas eu faria a diferença naquele dia.

Chegamos ao hospital as 14h30 e tive a noticia de que estava cheio e não poderia me internar ali. Minha doula então disse a enfermeira que arrumassem um banheiro, minha princesa não demoraria a chegar. A residente fez o maldito exame de toque e disse que estava com sete cm de dilatação, mas que o obstetra confirmaria.

Lembro que quando o obstetra veio e ia fazer o toque, chamei a atenção dele pq estava tendo uma contração e era pro mesmo esperar ela passar. Quando ele me disse que estava com 10cm meu coração foi a boca. Minha bebê podia nascer ali, mas Vanessa não me deixou sozinha nenhum instante.

Então subimos pro bloco e meu marido ficou fazendo minha ficha, eu na minha dificuldade de andar, por conta da minha perna quebrada, nem lembrava mais dela, só pensava que daqui a alguns instantes estaria com um dos meus maiores sonhos nos braços.

Dentro do elevador o médico pediu que eu ficasse com as pernas fechadas, pq meu bebê poderia nascer ali, rimos até e eu vibrando com aquele momento tão especial.

Entramos no bloco, mas não vi mais Vanessa.

Começaram os procedimento, eu queria meu parto sentada, uma enfermeira sugeriu isso ao obstetra, mas ele não aceitou e disse que não daria tempo. Retirei meu vestido e deitei naquela mesa, já não estava aguentando a dor e então pedi uma analgesia. Tomei diversas agulhadas na coluna, mas na hora só conseguia pensar no rostinho da minha filha.

Virei a sensação naquele bloco, o obstetra dizendo: "Vai nascer, se alguém quiser ver é agora. Quem viu, viu. Quem não viu, não vai ver mais." E as 15h05 como num passe de mágica, entrei num transe e só senti minha filha sendo colocada nos meus braços.

Vanessa entrou e disse: "Já nasceu? Carol, foi muito rápido!!!".

Não deu tempo do marido ver, então tiramos fotos daquele momento para mostrá-lo.

Tínhamos algumas exigências conforme o Plano de Parto que não foram atendidas. Mas já sabíamos que provavelmente seria assim, naquela instituição.

Porém meu parto foi motivo de comemoração, não entramos pra triste estatística daquele lugar. Foi o ÚNICO PARTO NORMAL EM TRÊS DIAS. Eu fiz a diferença!

Fiquei quase cinco horas no pós parto com minha pressão alta, apesar de me sentir muito bem. Só ficava olhando pro rostinho da minha pequena princesa. E quando finalmente fui para o quarto, vi meu anjo da guarda e meu marido me esperando, foi só alegria!!!

Agradeço à Deus por ter colocado essa pessoa especial na minha vida, porque sem ela eu entraria na estatística das cesarianas mal indicadas. Ela fez a diferença na minha vida e da minha família e hoje estou muito feliz com minha decisão por um parto normal e ter contratado uma doula.

 Escada pés no Chá de Bençãos feito pela doula


 Papai e irmão dando beijinhos na casinha da Helen


 Aproveitando a PARTOLÂNDIA em baixo do chuveiro


Parir é ruim demais #soquenao



Helen Beatriz - 3,015 kg e 49cm


 Papai, mamãe e Helen, enfim juntos


Nossa doula e anjo da guarda com a princesinha no colo


Meus maiores presentes, Victor e Helen


NOTAS DO BLOG:
Esse relato foi escrito pela mãe do bebê e cedido ao blog;
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O relato, como todos os outros neste blog, foi publicado com o intuito de estimular reflexões para situações possíveis durante a gestação, parto e amamentação;
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