quinta-feira, 11 de agosto de 2016

No parto humanizado nasceu um filho... e junto com ele, uma mãe e um pai - por Carlos Mussum

[cidade - Congonhas - MG] Dia 25 de abril. Segunda feira estávamos assistindo um filme de ação e conversando, quando as 23h46 rompe a bolsa. Com calma, ligamos para nossa doula em BH para nos auxiliar no que poderíamos fazer. Fomos orientados a nos arrumar com a mesma calma, ligar para quem iria nos levar para BH e no caminho dar a ela o parecer de quaisquer alterações, enquanto isso ela se aprontaria e desceria para o hospital.

De banho tomado, bolsas prontas e a malinha do bebê revisada, saímos às 01h07, eu, Sabrina, sua irmã Stephane (motorista da vez) e minha sogra D. Maria Rosa (com um tercinho na mão). Pegamos a Br-040 com um trânsito tranquilo, sem nenhum contratempo, ouvindo baixinho algumas músicas na madrugada fria de terça feira dia 26 de abril.

Com pequenas alterações da parturiente, chegamos por volta das 02h30. Deixamos nossas identificações na portaria e seguimos para recepção que estava bem tranquila para um hospital maternidade público de uma grande cidade. Havia somente uma pessoa que aguardava para triagem...

Claro que nossa ansiedade começou a transparecer a partir desse momento, quando as dores repentinas chegavam e iam embora da mesma forma que chegavam...

Veja como foi o restante dessa história nas 10 fotos seguintes.











segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Relato de parto da Liz - por Ana Paula

Como é linda e sábia essa natureza nossa que nos rege. Pensando em todo processo do parto da Liz, em cada detalhe, reconheço que fui atendida em cada prece, em cada rezo pela proteção e benção da nossa Grande Mãe. Desde que me descobri grávida de novo e com possível parto pra maio, sabia que o Lucas não estaria presente, e que precisaria estar muito preparada pra dar conta de um parto totalmente diferente do que foi com Helena. Fiquei muito mais apreensiva, mas sempre confiante. Durante o pré-natal numa consulta com as enfermeiras, disse que gostaria de algumas amigas presente, e pensava forte na Núria e na Luana. A Ju também, mas como já tinha os cuidados com sua filhotinha seria mais complicado.

Enfim, o parto da Liz começou realmente no dia 1° de maio, dois dias antes dela nascer, sem eu nem ‘perceber’. Mas neste dia 1° à tarde, fui ao banheiro fazer xixi, e saiu um corrimento amarelo, espesso e gosmento. Mas como não senti nada de diferente, mantive tranquila e calada.

Na manhã do dia 2, novamente o corrimento saiu. Sem comentários e sem preocupação maior. Já estava com 38 semanas e ok. Neste dia, esperava a visita da amiga Núria, que depois de tanto tempo, deu certo dela vir nos visitar. Queixava sempre com ela de dores na coluna, no quadril e ela veio na intenção de fazer uma massagem em mim.
Este dia foi muito agradável, eu, Núria e Helena passamos o dia em casa, conversando e brincando. Somente a noite que a Núria conseguiu fazer a massagem que durou pelo menos 2 horas. Lembro de fazer uma oração para as bebês e por uma boa hora com a Liz, e durante a massagem lembro de sentir um calor diferente nos pés, o que era muito prazeroso pois o frio estava bem presente a noite. Quando terminamos nossa imersão, era umas 22h da noite, e decidimos que Núria iria dormir em casa e ir embora na manhã seguinte. Fomos jantar uma sopinha muito gostosa da minha mãe, e Helena estava bem tranquila e preparando pra dormir. E foi quando comecei a sentir as contrações. Inicialmente achei que eram contrações de treinamento, tanto que conversando com Núria expliquei o que eram.

Estava com 38 semanas, mas sentia que a Liz iria nascer no final desta semana, na lua nova. Continuei sentindo as contrações suaves ainda depois da janta, e decidi tomar um banho pra aliviar, mas não resolveu. Lembro de colocar Helena pra dormir, e deitada com ela na cama sentia o desconforto. Eu e Núria tentamos dormir. Passaram 10 minutos deitadas e vieram duas contrações. Começamos a achar que não eram mais de treinamento, era a Liz chegando!! Ficamos tranquilas o tempo todo. Eu já levantei e fiquei no quarto respirando e tentando levar numa boa as contrações, lembro de segurar na poltrona e agachar quando vinha a contração. As 23:30 liguei pro Lucas que estava tentando dormir (disse que estava muito agitado) que, disse que iria só tomar um banho e pegar estrada (de Linhares/ES). Depois liguei pra enfermeira Odete, que queria detalhes dos intervalos das contrações. Pediu pra falar com a Núria que começou a cronometrar e percebemos que estava de 4 em 4 minutos!! Odete já se preparava para vir pra casa, ligou para as outras enfermeiras Liliane e Vanessa, que conhecemos durante  o pré-natal, e enquanto isso, acordei meus pais dizendo que Liz estava chegando! Eles se levantaram meio assustados, mas mantiveram a energia bem tranquila. Meu pai foi dormir no quarto do meu irmão. Eu já tinha todas as coisas prontas e fui dizendo a Nuria onde estavam: as velas, o óleo de massagem da Ju, as pétalas de rosas vermelhas na geladeira... Havia comprado tudo na semana anterior. Enquanto isso minha mãe começou a esquentar a água da banheira.

Fiquei no banheiro sentindo as contrações, mesmo na agua morna-fria. Detalhe que de madrugada já estava fazendo bem frio! Quando entrei no banheiro, vi o tanto que tava lindo!! Todo iluminado por velas, a banheira cheia de pétalas!! Quando entrei na água me senti melhor, mas já veio na minha mente “nossa, vou passar a madrugada inteira aqui dentro..aném!” . Nem imaginava que a bebecita já estava na movimentação forte pra vir ao mundo! Lembro de não querer ficar sozinha no banheiro, porque Nuria e mãe entravam e saiam do banheiro pra esquentar a água, seja no ebulidor, seja no fogão. Mas pedia aos prantos pra uma das duas ficarem comigo ali. Só estarem ali do meu lado. Me movia como conseguia dentro da banheira, e gemia sempre quando a contração vinha, cada vez mais intensa. Aiaiai...tá ruim...ahhhh.. Mesmo assim, recordo que não gritei! Só gemia muito, não sei se porque já sabia do processo, ou pra não acordar a Helena ou os vizinhos, ou sei lá, só sei que comecei a ficar preocupada porque a Odete não chegava! “cadê Odete???” era o que perguntava sempre. Quando Nuria disse que Odete já estava em casa, mas descarregando o carro das infinitas coisas que elas trazem, eu já comecei a sentir a Liz! Comecei a gritar a Odete!! Vemmm! Quando ela chegou e me viu ali escornada dentro da banheira, pedindo misericórdia e tudo que fosse possível, eu relaxei de alguma forma. Ufa! Ela mediu o batimento cardíaco fetal e tudo certo! Dae, passados uns 15 minutos a Liz nasceu!! Não senti o círculo de fogo na hora da passagem dela e nem fiz muita força.

Estimamos que foi as 2:40 da manhã, pois ninguém tinha relógio na hora. Mas igual com Helena, Liz apontou primeiro a cabeça e só na próxima contração, saiu o resto do corpo. Tanto que quando a cabeça apontou, Odete viu que o cordão estava envolto do pescoço, ela tentou tirar o cordão, mas disse ela depois  que eu tirava a mão dela, não me recordo disso conscientemente. Mas fato que ela tirou o cordão do pescoço. Lembro da minha mãe agoniada de ver a neném dentro da água, pedindo pra Odete puxar a bebê. Mas o que ela fez foi acalma-la. E quando a Liz nasceu, Odete pegou ela e colocou no meu colo! Foi lindo ! Foi rápido! A água ainda estava tão quentinha nessa hora! E as outras enfermeiras Vanessa e Liliane nem tinham chegado! Meu pai estava la nesta hora também, e disse que Helena tinha acordado tomado mamadeira e dormido denovo! Que bom..! Mas dae veio o drama. A Liz não chorou! E não chorava... Eu falei com a Odete: “Ela não tá chorando..!” e ela respondeu: “tem bebês que não choram mesmo! Tudo bem!!”. Ficamos esperando ela reagir. Ae que a Odete pediu com convicção pra pegá-la. Odete pediu pra minha mãe a bomba de oxigênio, e ao mesmo tempo, começou a passar a mão no rostinho da Liz, estimulando a reação dela. E foi ae que a Liz respondeu, se mexendo. Mas mesmo assim não chorou! Protegemos ela do frio com uma fraldinha.

Saímos da banheira calmamente, eu com a Liz no colo, unidas ainda pelo cordão e pela placenta. A banheira já estava suja de sangue e depois que sentei com dificuldade na cama, sujei-a bastante de sangue. O quarto estava com uma luz bem fraquinha de um abajur.  Lembro de sentir muito incomodo de ficar na cama, e acho que foi nessa hora que as enfermeiras chegaram! Ficaram surpresas de me verem carregando a Liz no colo, amamentando, e me parabenizaram muito felizes. Liguei pro Lucas: “Nasceu, amor!” “JÁ!!” Conversamos algumas coisas do processo do parto, que ela era linda, cabeluda e japa.

Depois, ficamos esperando a placenta nascer, e me sentia incomodada na cama. Pedi pra sentar no banquinho meia-lua e com a Liz nos meus braços, sentei. Pedi massagem e a Nuria linda começou a massagear minha lombar, que senti que foi o estímulo que precisava pra placenta nascer! Ela saiu caindo numa bacia no chão. Linda nossa placenta! Dae sentei na poltrona do quarto dos meus pais, eu com a Liz e a Vanessa do lado, carregando a bacia da placenta. Minha mãe cortou o cordão.

Lembro da Odete perguntar se eu gostaria de fazer a homeopatia da placenta e eu confirmei. Dae Liliane e Vanessa começaram esse trabalho parelelo de retirar o pedaço da placenta, pegar a garrafa de cachaça... Enquanto isso Liz na sua serenidade de bebê, deixava Odete medir seu corpo, fazer os primeiros exames etc, sem choro algum. Só observava tudo, calada. Vestimos ela, mamou e dormiu até de manhã.

Às cinco da manhã enfim, voltamos eu e Nuria pra cama, pra dormir. Pra mesma cama, as duas só que agora com a Liz no berço! Deus! Que magia!!! A algumas horas atrás ela estava na barriga. Com as luzes apagadas conversamos algo do tipo, “acho que não caiu a ficha ainda!” “Muita gratidão Nuria! Que bom que você está aqui do meu lado!”. Todo mundo dormiu la em casa mesmo. E que benção, porque por volta das 8h, a Liz acordou engasgando. Tentava vomitar e não conseguia. Fiquei assustada. Chamei Odete, que estavam todas tomando café. Ela veio e disse que a bebê engoliu resto de parto, e precisava fazer limpeza gástrica com uma sonda. Ela me acalmou, dizendo que era procedimento comum em pós-parto. Dito e feito, logo após a limpeza ela enfim soltou o grito! Que nada como um peito cheio de colostro para resolver!

Lucas chegou as 10h e estávamos todas no quarto. E logo depois que ele chegou Helena acordou, no seu recorde de sono!! Linda!

A partir de então, o sentimento de gratidão é o que mais me preenche. Gratidão a essa bebê linda e da paz que recebi. Gratidão ao Lucas e a Helena pelo amor e pelas vibrações que me ajudaram no parto. Aos meus pais por novamente cederem seu banheiro, sua cama, e me darem toda assistência durante o parto. A Núria pela doula maravilhosa que habita seu ser, e que se revelou em plena sintonia comigo e a Liz, durante todo o nosso processo, e até nas semanas seguintes. A vovó Odete pela presença e energia tão importante para mim, sem tu nem sei que seria de nós! As enfermeiras Liliane e Vanessa, que nos ajudaram muito no pós-parto, no processo árduo do inicio da amamentação! Gratidão a Mãe Terra por me dar a oportunidade de gerar vidas e de ser parte dessa natureza tão bela e sábia. Gratidão ao Pai Céu pelas bênçãos divinas e superiores que nos ajudam e mantem em plena sintonia com o Bem Maior.


NOTAS DO BLOG:
Esse relato foi escrito pela mãe do bebê e cedido ao blog;
A reprodução dele e das imagens devem ser feitas mediante autorização por escrito;
O relato, como todos os outros neste blog, foi publicado com o intuito de estimular reflexões para situações possíveis durante a gestação, parto e amamentação;
Comentários são bem vindos. Mas, caso tenham conteúdo ofensivo, preconceituoso ou sejam desrespeitosos, serão excluídos;
Você também quer dividir a sua história*? Mande-a para o e-mail: vanessadoulamg@yahoo.com.br
*os relatos enviados devem contar a SUA experiência. Fotos e textos poderão ser publicados sem aviso prévio.

Relato do parto da Helena Flor - por Ana Paula

Sábado, dia 13 de dezembro de 2014, às 5:00 da manhã dormia com o Lucas no meu quarto. A partir desta hora, comecei a sentir contrações, “barriga dura”. Acordava e falava com o Lucas. Depois passava, dormia. Acordamos e dormimos umas 3 vezes. As contrações demoravam mais pra passar...

Quando o sol nasceu, levantamos e o Lucas sugeriu dar uma volta no quarteirão. Muito devagar caminhamos e voltamos pra casa. O que não fez as contrações pararem. Fui ao banheiro e nisso vi que desceu um corrimento claro e pastoso. Relatei pra minha mãe o que estava acontecendo, e nisso, já estava sentindo contrações a cada cinco minutos. “Você está em trabalho de parto, minha filha!!!”. Nessa hora, caiu a ficha que o momento estava chegando.. Mas ao mesmo tempo, não desesperei, ficava sempre no que estava acontecendo naquele momento, e sempre na intenção de que, aquela dor ia passar. “Uma a menos!!”, vibrava eu e o Lucas. O Lucas, meu amor maior do mundo, esteve comigo o tempo inteiro, me apoiando e sustentando todos os momentos. Ele também estava parindo.

Liguei pra enfermeira Odete, descrevi o que estava acontecendo e ela logo se dispôs a vir pra minha casa. Ela avisou pra outra enfermeira, Karina, que chegou logo depois. Sentia que estava entrando numa espécie de sonho, de uma realidade diferente, um caminho árduo que me fazia sentir uma dor de cólica menstrual muito forte a qualquer momento. Odete e Karina sugeriam pra tomar banho quente, e entrar na banheira. A água quente com sais na banheira foi uma graça maior, me senti muito acolhida e mais capaz a suportar as dores da dilatação que vinham. Os ‘segundos’ que duravam a contração, eram momentos de intenso terror e desespero. Não havia lugar ou posição que pudesse aliviar. Desolação total. Mas mesmo assim, escutava os comandos das enfermeiras e do Lucas: “Lembra da respiração profunda! Fica com a respiração profunda!” E realmente, todos esses momentos só puderam passar com menos desespero, porque eu conseguia me apoiar na respiração profunda e completa!! Yoga, Gratidão!! Cada inspiração e expiração consciente e profunda faziam com que abrisse mais e mais espaço dentro de mim, e movimentasse mais e mais a Heleninha em direção à luz.

Não passava nada na minha cabeça quando não havia contrações. Eu apagava. Consegui comer pouquíssimas coisas nessas horas, uvas, duas colheres de mel, uma mordida num pão de queijo, água de coco. Mas água, tomei bem eu acho.

O tempo passava de uma forma estranha naquele banheiro; ou eram saltos de horas, ou era vivência intensa de cada segundo. A dor estava ficando insuportável, e eu sentindo que não estava aguentando mais. Gritava baixo, gritava alto. Pedia socorro. Falava qualquer coisa aleatória. As enfermeiras sempre mediam o batimento cardíaco fetal, confirmando que estava tudo bem e que eu iria conseguir. Elas localizaram a altura que estava a Flor, e alertaram que a bolsa ainda não havia rompido, o que poderia estar causando mais desconforto. Disseram a bolsa já estava muito baixa e que eu poderia estourá-la dando uma pinçada com os dedos. Não tive coragem e clamei por socorro para elas estouraram pra mim. Fomos para a cama, e a única intervenção externa foi dar essa pinçada na bolsa. Karina ainda constatou que eu estava com 9cm de dilatação. Voltando pra banheira, vi meu reflexo no vidro do box e vi como meu quadril estava alargado, e como eu andava com dificuldade com as pernas abertas.

Voltei pra banheira com mais força e confiança de que a Heleninha estava perto de chegar, mesmo que a cada contração eu sentia cada vez mais. A dor na lombar eu já havia ignorado, mesmo que ela estivesse lá todo o momento. Mas consegui encontrar uma posição de pernas abertas que eu segurasse a mão do Lucas e a torneira da banheira. Nessa hora, a Gaia entrou no banheiro. Ficou rondando a banheira, cherou a água e ficou atrás do Lucas. Comecei a sentir a cabeça da Heleninha descendo pelo meu canal. Tive medo. Tive muito medo da Helena. Achei que seria impossível ela sair por ali. Mas a cada contração, tive vontade de fazer força. Ela descia um pouquinho, e a cada pausa, regredia. Fazia um movimento pendular dentro de mim, como se fosse amaciando meu corpo para sair. Quando a cabeça começou a apontar, outro desespero. Queimava! Odete falou: “É o círculo de fogo!! Ela está quase aqui!! E é cabeludinha!!!”. Consegui sentir com a mão, sua cabeça, mas eu tremia de dor e desespero. Queimavaaa! Olhava para o Lucas, e ele chorava. Minha mãe foi chamada para entrar e ela tinha uma expressão de êxtase. Quando a contração veio eu fiz uma força do além e sua cabeça saiu. Um alívio. Consegui relaxar um pouco. Sentia um movimento dentro de mim, parecia a Heleninha mexendo. Esperamos mais um tempinho até a próxima contração para enfim terminar de sair o corpinho. Ahhhhh! “Pega ela amor!!” O Lucas tirou ela da água e colocou no meu colo. Heleninha chorava alto, e o Lucas chorava silencioso. Eu só conseguia passar a mão nela, dando conta de que ela é de verdade, e linda! Muito linda!!!

Nem sei quanto tempo se passou que ficamos ali, na banheira, com a Flor no colo. As enfermeiras se abraçavam, meus pais aproximaram felizão para vê-la. O Lu nem conseguia falar nada. Depois saímos do banheiro e fomos pro quarto. Deitei na cama, e logo veio mais contração na mesma intensidade do parto, eu segurava forte a Flor e ela olhava pra mim. Respirei forte e a placenta nasceu, como um jato, espirrando sangue nas enfermeiras que estavam na direção. E foi isso! Heleninha chorava pedindo para mamar, e nisso sentei na cama e ela mamou por pelo menos 40 minutos.

Só amor desde então!!!! E para sempre!! Gratidão infinita ao Lucas, que foi meu porto seguro durante todo o processo e ainda tem sido! Gratidão a Odete e a Karina pelo amor ao ser humano e a natureza! Gratidão pelos meus pais por terem respeitado nossa opção pelo parto domiciliar e terem cedido seu quarto e banheiro para isso. Gratidão a Deus, a Mãe Terra e todas as forças maiores que estiveram presentes e cuidando de nós antes, durante e agora.


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quarta-feira, 6 de abril de 2016

Relato do parto da Alice! por Fernanda Campos

Nossa delicia chegou! 🐣🐥 Alice!!! Na madrugada do dia 20/01/2016, uma quarta feira chuvosa... Foi o tempo exato da Vovó desembarcar no aeroporto e correr pro hospital para a chegada dessa princesa (a primeira neta) tão esperada!

E nossa Alice esperou exatamente o tempo necessário , veio no tempo dela, escolheu o dia do aniversário dela!! .. E eu que sou tão acostumada a controlar tudo a meu redor , tive que me acostumar com o descontrole e agora o controle dela ... E tudo conspirou a favor ... Foi uma linda chegada!!

 "Você não dá conta, não vai aguentar" .. "você é louca? deve doer muito" ... "Porque não faz uma cesárea?" ...( foi algo que ouvi inúmeras vezes na gravidez) .. Mas nós demos conta!!! Sim! Eu pari , sem anestesia, sem Episio e sem laceração... (A anestesia eu até pedi, confesso, paguei pau parquela dor "do cacete" ... mas já não dava mais tempo ...)
e ... Após um TP latente de quase 24 horas que começou na tarde de segunda feira dia 18/01 eu ainda no trabalho e comecei sentir algumas contrações bem  pouco doloridas, a noite chegou e as contrações continuaram, "será que temos que ir pro hospital?"
Ligamos pra Vanessa e ela nos explicou ... Daniel passou a madrugada acordado marcando tempo entre as contrações , a dor era fraca .. Eu dormia nesses intervalos de 30 minutos .. 15 minutos e até 8 minutos ...
Acordei terça-feira dia 19/01 com o mesmo ritmo e não consegui ir trabalhar ....
Era último dia das férias do Daniel e passamos o dia em casa ...
Após o almoço as dores começaram a ficar mais intensas, mas os intervalos eram bem irregulares .. O frio na barriga foi aumentando ... Que ansiedade , será que tá chegando a hora?
Nessa hora eu já conversava muito com Alice pra Ela esperar só mais um pouco pois vovó já estava vindo de Madrid e queria muito ver a barriga grande de 38 semanas e 6 dias...
A vovó coruja acompanhou toda a Gravidez por fotos e vídeos e queria ao menos uma foto da filhota dela de barrigão grande!
Quando anoiteceu as contrações começaram a doer bastante, e os intervalos ficaram menores entre elas , Daniel fazia massagens nas minhas costas, nos pés, fazia carinho, fez comidinhas e Preparou a mala de maternidade e alguns últimos detalhes ...
Será que já tá perto de conhecer nossa filhotinha? Será que ainda demora muito? Sera que já estou com dilatação? Será ?
Quanta coisa passa na cabeça de uma mãe de primeira viagem ansiosa ...
É um turbilhão de sentimentos ...
Medo, ansiedade, vontade, amor, cansaço...
Por volta das 21:00 as dores estavam muito fortes e praticamente a cada 5 minutos , Daniel conversou com Vanessa e ela sugeriu que eu ficasse no chuveiro morno durante  uma hora para aliviar a dor, e aliviou mesmo!
As contrações seguiam fortes e decidimos ir para a maternidade ... Nesse intervalo o voo da vovó Giselia já estava chegando em Confins!
Esperamos até 23:30 em casa e vovó finalmente chegou , foi o tempo de uma única foto tirada no intervalo de uma contração e outra ... E fomos ....

Chegamos no Sofia Feldman as 00:20 e a casa de parto era nossa prioridade, porém estava fechado devido a um imprevisto com a EO responsável por aquele plantão ...
Putz
E agora?
Odeio mudança de planos de última hora  ...
Mas não tinha outra opção!
Já tínhamos desistido do Santa Fé pois a suíte PPP estava interditada (sem a banheira)
Bom, vamos com fé que tudo dará certo ...
As contrações eram fortes e a dilatação já estava em 6cm
Que alívio!
Quase metade do "caminho" percorrido ...
Nessa madrugada a maternidade estava bem cheia , todos os pre-parto lotados, e as suítes de parto também ... E agora?
Me restou um chuveiro e uma bola  , mas após 10 minutos eu pedi pra sair ... Queria ficar deitada! Queria minha Doula ... Queria massagem! Queria sossego! (Sossego no meio do TP ativo? Com 6cm de dilatação? Como? É louca? ... Bom .. Talvez)
Conseguiram uma "vaga" na  UGAR (unidade de alto risco) não por necessidade pois meu pré natal foi excelente e o TP também estava evoluindo de forma espetacular ... mas com a maternidade lotada foi a única cama que conseguiram pra mim ...
Eu adorei!
A equipe do plantão foi maravilhosa e permitiu a entrada da minha querida Doula! Ficamos ali com as dores e massagens até 04:00 quando em uma das milhares idas ao banheiro a bolsa rompeu ... Que susto!
Olhei pra Vanessinha com uma cara de pânico : tipo ... O que foi isso? Meu bebê caiu na privada?
Hahaha
"Não, calma, foi a bolsa! Tá tranquilo!"
Surreal... Cada minuto estava mais perto da hora de conhecer nossa pequena ... De ver o rostinho tão sonhado durante os nove meses ... Alice seria morena ou branquela? O pé a gente viu no ultrassom que era idêntico ao do pai , mas e a boca, os olhos, o nariz empinado da mãe? Será?
Bom, voltamos pra cama e as contrações já insuportáveise estavam com intervalos muito próximos. Pedi anestesia , é, eu paguei pau ... Já não aguentava mais tanta dor e não sabia quanto tempo ainda faltava ... Uma hora .. Duas horas ... Quatro horas??  ... Só Deus sabe . Mas ...
Não consigo mais ...
Quero anestesiiiaaaaaaa ...

Após o exame, dilatação de 9cm ...
Não vai "precisar" da anestesia! Calma Fernanda, falta pouco!
E todo o tempo Daniel estava ao meu lado com carinhos, afagos , força e muito amor! Vanessinha Tb, com seu copinho de água, seu leque, óleo para massagem e sua respiração profunda que me norteava quando a dor surgia ...
Alguns minutos depois e começou a vontade de fazer força ...
Aí, que medo!
Ainda não tinha suíte liberada e começamos o expulsivo ali no banquinho de parto ...
Mais uma vez Anjos na nossa vida, e a equipe permitiu a entrada da minha mãe para ver o finalzinho do parto ...
Força ... Força ... Mais força em cada contração e me disseram que já dava pra ver o cabelinho da Alice lá no fundo ...
Ahhhh, que mentira , eu pensei!
Quem vê um tufo de Cabelinho lá no fundo ? Nessa escuridão ?
Sem condições! Estão tentando me encorajar ... Mas .. Vamos em frente porque  Alice tá chegando!!! Que maravilha! Que medo!! Que frio na barriga!

05:00 e a noticia maravilhosa que a suíte Maria Nazareth estava liberada e podíamos ir pra lá !!
Entramos e mal encheram a banheira eu entrei ... Parece que o tempo voou...
Uma penumbra azul, uma música calma e A dor ficou diferente, doía bem menos ... A vontade de empurrar era enorme, instintiva... E junto tinha um medo de rasgar tudo , da cabeça dela ficar "enganchada" no meio do caminho ...
O medo deu lugar a uma determinação muito grande , e fiz força ... Força controlada, direcionada ...
Algumas contrações e Alice chegou, ali na água, pequena, frágil, com o olhar curioso e aquele chorinho gostoso!
As 5:36 nossa princesa nasceu!
Foi maravilhoso, corajoso,  natural! Foi transformador! Foi um parto muito desejado...
Uma experiência linda que mudou o sentido das nossas vidas!
E sem o apoio do Daniel (meu apoio, meu suporte, meu lindo marido que se empoderou comigo) e sem a presença da minha mãe e da Vanessa  tudo teria sido mais difícil!







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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

NASCIMENTO DA GIOVANNA

Internei com 41 semanas, 5 cm de dilatação, colo médio, ansiosa, bem disposta e preparada para ver minha filha vir ao mundo. 

Enviada por Deus, que inspirou minha tia Thaís com essa idéia, veio a nós Vanessa, doula, amiga, anjo... 

Chegamos as 11 da manhã e conversamos por horas, vivendo cada segundo daquele momento tão único, sentindo as contrações chegarem devagar, tirando minhas dúvidas e entendendo o porque de cada sensação junto com meu bebê. 

As 16hrs recebi um comprimido no colo para diminuir a espessura e rapidinho a dilatação chegou a 6 cm. Fiz caminhadas, ri, descontraÍ mais e logo evoluiu para 7 cm; com um exame da enfermeira obstetra foi decidido, com o meu consentimento, que iriamos romper a bolsa. Após o procedimento tomei banho e logo senti as contrações aumentarem muito rápido (não contei o tempo, mais em menos de uma hora meu bebê veio ao mundo). Saí do pré parto e fui transferida para a suíte de parto, foi quando trocaram a equipe de enfermagem. 

Meu sonho se realizando e eu topei com uma equipe no minimo fria e estressada. Entrei num quarto grande com banheira, cama de parto, bola, tudo preparado para um lindo parto e a enfermeira implicou que eu não podia usar a banheira; foi grosseira algumas vezes, não me lembro exatamente como, talvez nem queira lembrar, mais lembro de me sentir insegura e angustiada em relação aos profissionais responsáveis pelo quarto que fui instalada. Enfim, num momento de desespero, Vanessa aparece novamente, me trás segurança, carinho, conforto, ajuda. O que seria de mim sem você ali?! Rs... 

Foi um momento maravilhoso, trazer minha filha ao mundo, olhar o rostinho dela pela primeira vez, cortar o cordão umbilical... não têm palavras para descrever esse momento! Logo que dei a luz a enfermeira me deu um lanche, me mandou tomar banho e subi para o leito. Senti que faltou respeito por este momento tão único que vivi, mas assim como em todas as áreas, na da saúde existem pessoas de todo tipo, e vivemos num tempo em que os valores estão invertidos, onde as pessoas valorizam o ter e desprezam o ser, a vida, o respeito, a lei da ação e reação, sei lá... 

Agradeço a vocês profissionais da área de saúde que trabalham por amor e com amor! E aos que não têm tanto amor assim, desejo que aprendam, pois profissões tão lindas e grandiosas não merece ser desperdiçada por gente egoísta e sem sabedoria. 

Agradeço a você, Vanessa, a equipe do Hospital Sofia Feldman e a Deus, meu pai cuidador, que preparou o melhor momento para minha filha vir ao mundo perfeita, abençoada, única e filha de Deus tbm! Amém! 

Monitorando Giovanna no pré parto

 Em pleno expulsivo

 Nasce Giovanna

 Corte do cordão umbilical

 Imprint

O prazer em parir


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Fotos de Vanessa Aveline e Bel Cristina;
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